É muito fácil falar de pobreza, mas como defini-la? Tem-se que a pobreza é multidimensional e
multideterminada, não sendo fácil customizar um só motivo ou uma só solução
para todos. A pobreza é extremamente heterogênea.
Pegando dados da Equipe de Desenvolvimento Humano da Fundação
João Pinheiro, uma escola de administração pública de Minas Gerais, se a gente
for tratar do estado, por exemplo, e traçar como linha da pobreza as famílias que vivem mensalmente com menos de meio salário mínimo, significa que
13% de Minas é pobre. Se formos um pouco mais “generosos” e considerarmos que
são aquelas que vivem com um salário mínimo ou menos, já pega 30% dos mineiros.
Estatísticas assustadoras, não?
Mas o critério não é só renda. A pobreza também pode ser
tratada pelo acesso às necessidades básicas (como esgoto e luz, por exemplo), e
daí 30% do estado é desfavorecido... e tem também aqueles que são considerados
vulneráveis... e dái são 35%.
Isso numa realidade com bolsa família e com maior
crescimento social, não é mesmo? Imagina como era a situação antes de 94,
quando o país não estava em crescimento? A pobreza tem ainda uma dimensão psicosocial,
que não são tratados por esses programas assistencialistas de mera distribuição
de renda. Esse caráter psicosocial é relativo à desesperança que reforça as
relações de dependência e só pode ser combatido com respostas concretas, que
gerem uma inclusão produtiva, via autonomia e empoderamento (sim, essa palavra
feia e aportuguesada de significado imenso: dar capacidade a alguém de definir
seu caminho). Para alcançar tal resultado, governo e sociedade, que tem papel
essencial, precisam de uma agenda firme e compromisso. É conseguir transformar
conflitos em oportunidades, agindo localmente.
Parece ideologia? Parece vazio? Mas tem muita gente séria
falando disso. Aqui está o link em pdf de uma apresentações que assisti no
Seminário Legislativo sobre Pobreza e Desigualdade e que debate justamente
os assuntos tratados acima. Se a academia tá pesquisando isso, se o legislativo tá debatendo isso... cadê a sociedade buscando seu papel e as repostas?
Um comentário:
Nós somos muito acomodados mesmo, somos assim com nossoas direitos, imagine com os dos outros, complicado.
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