quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O que é ser pobre?


É muito fácil falar de pobreza, mas como defini-la?  Tem-se que a pobreza é multidimensional e multideterminada, não sendo fácil customizar um só motivo ou uma só solução para todos. A pobreza é extremamente heterogênea.

Pegando dados da Equipe de Desenvolvimento Humano da Fundação João Pinheiro, uma escola de administração pública de Minas Gerais, se a gente for tratar do estado, por exemplo, e traçar como linha da pobreza  as famílias que vivem mensalmente com  menos de meio salário mínimo, significa que 13% de Minas é pobre. Se formos um pouco mais “generosos” e considerarmos que são aquelas que vivem com um salário mínimo ou menos, já pega 30% dos mineiros. Estatísticas assustadoras, não?

Mas o critério não é só renda. A pobreza também pode ser tratada pelo acesso às necessidades básicas (como esgoto e luz, por exemplo), e daí 30% do estado é desfavorecido... e tem também aqueles que são considerados vulneráveis... e dái são 35%.

Isso numa realidade com bolsa família e com maior crescimento social, não é mesmo? Imagina como era a situação antes de 94, quando o país não estava em crescimento? A pobreza tem ainda uma dimensão psicosocial, que não são tratados por esses programas assistencialistas de mera distribuição de renda. Esse caráter psicosocial é relativo à desesperança que reforça as relações de dependência e só pode ser combatido com respostas concretas, que gerem uma inclusão produtiva, via autonomia e empoderamento (sim, essa palavra feia e aportuguesada de significado imenso: dar capacidade a alguém de definir seu caminho). Para alcançar tal resultado, governo e sociedade, que tem papel essencial, precisam de uma agenda firme e compromisso. É conseguir transformar conflitos em oportunidades, agindo localmente.

Parece ideologia? Parece vazio? Mas tem muita gente séria falando disso.  Aqui está o link em pdf  de uma apresentações que assisti no Seminário Legislativo sobre Pobreza e Desigualdade e que debate justamente os assuntos tratados acima. Se a academia tá pesquisando isso, se o legislativo tá debatendo isso... cadê a sociedade buscando seu papel e as repostas?

Um comentário:

Outra Errante disse...

Nós somos muito acomodados mesmo, somos assim com nossoas direitos, imagine com os dos outros, complicado.